Sic transit gloria mundi

"Assim passa a glória do mundo”

quarta-feira, 10 de junho de 2009

RELATÓRIO RED HOUSE IV REICH (III) FINAL

Auchwitz: onde morreram milhares de judeus como escravos da indústria

Aqui o terceiro e último capítulo da reportagem da reportagem do Daily Mail Online, de autoria de Adam Lebor, intitulada "Revelado: O relatório secreto que mostra como os nazistas planejaram o Quarto Reich...na União Européia", com base em documento encontrado nos arquivos da inteligência americana.
A tradução para o português é do professor de inglês e tradutor Geraldo Leal, paulistano radicado em Florianópolis.Rolando página vocês poderão ler o primeiro e o segundo capítulo em posts mais abaixo.
O Flick Group também rapidamente construiu um império de negócios na Europa. Friedrich Flick se manteve sem arrependimento sobre histórico no período de guerra e se recusou a pagar um único marco em compensação até sua morte em julho de 1972 com a idade de 90 anos, quando ele deixou uma fortuna de mais de US$1 bilhão.Para muitas personalidades industriais importantes no regime nazista, a Europa se tornou uma cobertura para perseguir interesses nacionais alemães depois da derrota de Hitler, diz o historiador Dr. Michael Pinto-Duschinsky, um conselheiro para os antigos trabalhadores escravos judeus.A continuidade da economia da Alemanha e das economias da Europa pós-guerra é impressionante. Alguns dos principais líderes na economia nazista se tornaram importantes construtores da União Européia.Numerosas empresas exploraram trabalhadores escravos incluindo BMW, Siemens e Volkswagen, que produziu munição e foguetes V1.O trabalho escravo era uma parte integral da maquina de guerra nazista. Muitos campos de concentração estavam juntos com fábricas onde funcionários trabalhavam ao lado de oficiais da SS que supervisionavam os campos.Como Krupp e Flick, Herman Abs, o banqueiro mais poderoso da Alemanha no pós-guerra, havia prosperado no Terceiro Reich. Dapper, elegante e diplomático, Abs entrou na diretoria do Deutsch Bank, o maior banco da Alemanha em1937. Enquanto o império nazista se expandia, o Deutsch Bank arianizou bancos austríacos e tchecos que pertenciam a judeus.Em 1942, Abs tinha 40 diretorias, um quarto delas em países ocupados pelos nazistas. Muitas dessas empresas arianizadas usavam escravo em 1943 a riqueza do Deutsch Bank havia quadruplicado.Abs também participava da diretoria do I.G. Farben, como representante do Deutsch Bank. I.G. Farben era uma das empresas mais poderosas da Alemanha Nazista, formada por uma união da Basf, Bayer, Hoechst e subisidiárias nos anos 20.Ela estava tão profundamente ligada a SS e os nazistas que possui seu próprio campo de trabalho escravo em Auschwitz, conhecido como Auschwitz 3, onde dezenas de milhares de judeus e outros prisioneiros produziam borracha artificial.Quando eles não podiam trabalhar mais eles eram mandados para Birkenau. Lá eles eram mortos em câmaras de gás usando Zyklon B, cuja patente era da I.G. Farben.Durante a guerra a empresa havia financiado a pesquisa de Ludwig Erhard. Depois da guerra, 24 executivos da I.G. Farben foram processados por crimes de guerra em Auschwitz 3, mas apenas 12 dos 24 foram condenados e sentenciados a penas de um ano e meio a oito anos. A I.G. Farben ficou impune do assassinato em massa.Abs foi uma das personalidades mais importantes na reconstrução da Alemanha pós-guerra. Foi graças a ele que, como o relatório Red House indicava, um poderoso império alemão foi reconstruído, formando a base da União Européia hoje.Os seus membros incluíam industriais e investidores e desenvolveram políticas conhecidas hoje – Integração monetária e sistemas comuns de transporte, energia e previdência social.Quando Konrad Adenauer, o primeiro chanceler da Alemanha Ocidental, tomou o poder em 1949, Abs era seu consultor financeiro mais importante.Abs estava trabalhando duro para que o Deutsch Bank fosse permitido se reconstituir depois da descentralização. Em 1957 ele obteve sucesso e retornou a seu empregador anteriorNaquele mesmo ano seis membros do ECSC assinaram o tratado de Roma, que criou a Comunidade Econômica Européia. O tratado liberou o mercado e estabeleceu poderosas instituições supra-nacionais incluindo o Parlamento Europeu e a Comissão Européia.Como Abs, Ludwig Erhard floresceu na Alemanha pós-guerra. Adenauer fez de Erhard o primeiro ministro da economia da Alemanha pós-guerra. Em 1963 Erhard sucedeu Adenauer como chanceler por três anos.Mas o milagre econômico alemão, tão vital para a idéia da nova Europa, foi construído sobre assassinato em massa. O número de escravos e trabalhadores forçados que morreram enquanto empregados por empresas alemãs na era nazista foi de 2.700.000.Alguns pagamentos compensatórios esporádicos foram feitos, mas a indústria alemã concluiu um acerto global e conclusivo apenas em 2000, com um fundo compensatório de 3 bilhões de libras. Não foi admitida responsabilidade legal e a compensação individual foi pequena.Um trabalhador escravo receberia 15.000 marcos (aproximadamente 5.000 libras) e um trabalhador forçado 5.000 (aproximadamente 1.600 libras). Qualquer demandante que aceitasse o acordo não poderia mover nenhuma outra ação.Para colocar esta soma de dinheiro em perspectiva, a Volkswagen sozinha teve um lucro de 1,8 bilhão de libras.Neste mês de junho, 27 estados membros da União Européia terão a maior eleição transnacional da história. A Europa agora tem paz e estabilidade, lar para uma grande comunidade judaica. O holocausto está gravado na memória nacional.Mas o relatório Red House é uma ponte entre um presente ensolarado e um passado sombrio. Joseph Goebblels, o chefe de propaganda de Hitler disse: Em 50 anos ninguém pensará em nações-estados.Por enquanto o estado-nação resiste. Mas estas três paginas datilografadas são um lembrete que a ânsia por um Estado Federal europeu se mistura aos planos da SS e industriais alemães para o Quarto Reich – Um império econômico e não militar.

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