Sic transit gloria mundi

"Assim passa a glória do mundo”

sábado, 16 de janeiro de 2010

Comissão da Verdade? Que verdade?
Do Blog do Wanfil
Artigo publicado no jornal O Estado

Nem a religião nem a ideologia podem escamotear a essência do terrorismo
Aprendemos nas escolas que durante a ditadura brasileira, entre os anos 60 e 70, um grupo de angelicais jovens idealistas resolveu pegar em armas para restaurar a democracia no país.
Trata-se, com efeito, de uma impostura histórica. Vivíamos, de fato, um regime de exceção, mas nem todos que o combateram tinham os ideais democráticos como valor.
É bem provável que entre aqueles que optaram pela luta armada houvesse os que se imaginavam salvadores da pátria, mas pouco importa. Se um homem bomba explode a si e a terceiros, inclusive inocentes, imaginado servir a Deus, isso não muda a natureza do ato: terrorismo.
A essência doutrinária desses movimentos de “resistência” era inspirada e financiada pelos interesses mortíferos do stalinismo e do maoísmo. Queriam substituir a ditadura militar por outra ditadura de polo ideológico invertido: o comunismo.
Nessa guerra, o estado brasileiro agiu, por muitas vezes, de forma arbitrária. Disso ninguém duvida. Isso todos aprendem nas escolas. E nada justifica a ação dos militares. O que ninguém ensina nas salas de aula é que esses grupos de radicais esquerdistas também cometeram os seus crimes e torturas.
O fato de não terem logrado êxito, somado ao fim da ditadura militar, além da hegemonia cultural esquerdista nas chamadas ciências humanas, deu a esses terroristas o cenário ideal para recontar a história. Assim, ter sofrido violência não faz de um revolucionário totalitarista um santo, a menos que você esteja no Brasil.
Alguns desses agentes que tentaram impor a ditadura comunista no Brasil – (e isso já estava planejado antes do AI-5 – v. Jacob Gorender) – querem agora criar a “Comissão da Verdade” para “investigar” abusos cometidos durante o regime militar, desde que não tenham sido praticados por guerrilheiros esquerdistas.
Diante da repercussão em ano eleitoral do evidente direcionamento ideológico da medida, o presidente Lula recuou e mudou o texto para disfarçar a intenção revanchista da medida e evitar uma crise com as Forças Armadas. Não defendo a Anistia irrestrita, diga-se. Defendo que crimes bárbaros praticados em nome da política, seja de agentes da repressão ou de terroristas de esquerda, sejam igualmente punidos. Mas isso não vai acontecer nunca.
Nas escolas ensinarão aos nossos filhos que a Comissão da Verdade, essa que ignora convenientemente que os dois lados cometeram crimes, foi atacada e sabotada pelas forças reacionárias que, garantem, agem por aí.

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