Sic transit gloria mundi

"Assim passa a glória do mundo”

terça-feira, 30 de março de 2010

TERRORISMO PSICOLÓGICO


Prof.ª Aileda de Mattos Oliveira

O terrorismo permanece em atividade neste país, desde quando montou o seu quartel-general no Planalto o bando que o desejara em outros tempos, por meio de violenta convulsão político-social. Rotulando-se de democratas, os membros da equipe presidencial são os mesmos componentes dos antigos ‘aparelhos’, com os seus petardos armados, prontos para detonarem as principais instituições que sustentam a nação na sua defesa, na sua fé, na sua provisão, na sua justiça e na sua liberdade de expressão. Estes aparelhos estão irreconhecíveis, já não usam mais as antigas siglas receberam hoje a denominação de ‘Ministérios’ e as siglas correspondentes, conferem a eles um certo ar de legalidade.
Ameaçados estão as Forças Armadas, a Igreja, os produtores rurais, a Justiça e a imprensa. Derrubado este pentágono, a nação perderá a sua base de sustentação e a sua dominação por forças ideológicas antagônicas será imediata.
Os petardos de hoje são os Planos e os Projetos elaborados pela mesma camarilha que há quarenta e seis anos foi rechaçada por desejar implantar uma ideologia inteiramente avessa às tradições brasileiras. Se o terrorismo anterior eliminava sumariamente as vítimas ou as deixava mutiladas fisicamente, hoje, o terrorismo se faz psicologicamente por meio de uma ‘constituição’ partidária com a qual pretende submeter o Estado brasileiro à vontade de alguns. Um Partido acima de tudo e de todos um Partido-Olimpo, onde um deus, que assina sem ler, pretende, pelas mãos de uma das mais perigosas terroristas, impor à abúlica sociedade, comprada na sua dignidade por bolsas-persuasão, uma constituição petista de teor gramscista que, aliás, vai sendo posta em prática, na surdina, mesmo antes de ser avaliada pelo Congresso. O Legislativo, submetido em grande parte aos caprichos do Grande Estadista que se autoconsidera sublimado, não é suficientemente confiável
Não podemos permitir que o infame PNDH-3 seja aprovado. Não podemos permitir uma retroação na história política do país. Não podemos retornar aos tempos da insegurança social que nos levará, fatalmente, a uma guerra intestina, quando se confrontarão brasileiros e brasileiros, para satisfazer os espíritos degradados dos membros deste bando, que têm por desígnio, unicamente, o atendimento pleno de seus instintos na retaliação das instituições mais caras à soberania nacional.
É dever de o Congresso restituir a paz político-social do país é dever de o Congresso rever as leis antinacionais que visam a desintegrar o território e o seu povo, alimentadas pela estúpida idiossincrasia petista de divisão étnica e de sublevação dos brasileiros indígenas é dever de o Congresso não permitir o retrocesso a épocas de convulsão de suas mais caras instituições, sob o risco de permanecermos nas trevas da ignorância e do subdesenvolvimento, tornando-nos objetos do jogo invisível, mas real, das transnacionais, às quais se curvam os comunistas tupiniquins.
Cabe ao Congresso restituir a tranquilidade à nação, para readquirir ele próprio o respeito perdido pela sua conivência com o Planalto, por deixar-se manipular pelas mãos peludas do Executivo. Conseguirá este feito, destroçando o desprezível PNDH-3 no seu nascedouro.
Lembram-se do hino alemão “Deutschland über alles (“Alemanha acima de tudo, ou de todos”)?. As consequências são por demais conhecidas.

A Autora é Doutora em Língua Portuguesa
A quem ainda se lembra de João Helio.

Do blog Cafeinado
“Nicodemos explicou que o jovem, solto pela Justiça semana passada, foi incluído no Programa de Proteção à Criança e ao Adolescente Ameaçado de Morte, sob a coordenação da Secretaria Especial de Direitos Humanos do governo federal. A secretaria, por sua vez, encaminhou o caso à ONG Projeto Legal, que é uma das oito organizações parceiras espalhadas em oito estados do Brasil.”
Daqui: http://noticias.r7.com/rio-e-cidades/noticias/diretor-de-ong-nega-que-menor-do-caso-joao-helio-tenha-ido-para-a-suica-20100218.html

Muitas mensagens indignadas circularão pela Internet, muita gente vai se revoltar por algum tempo, depois tudo volta ao “normal”. O Brasil é um país doente que já se acostumou com suas dores crônicas. Nenhum “organismo” saudável deveria, simultaneamente, alimentar esperanças e esquecer suas grandes tragédias. Mas é isso que ocorre na selva esquizofrênica onde digladiam os botocudos tupiniquins.
Nenhum maluco desses que sai montando OGs (sim, porque N de ONG significa Não, mas aqui no Brasil são Organizações Governamentais mesmo, pois recebem verba oficial e estão assim vinculadas ao governo) pensa em João Helio e semelhantes. Não pensa porque não se vê na obrigação moral de pensar. Quando crimes ocorrem, tendemos a pensar nas leis, nas obrigações legais. Quase ninguém se dá conta de que não há obrigação legal que possa ser respeitada quando as obrigações morais são negligenciadas. E obrigações morais são negligenciadas quando um grupo forte, instituído e, para piorar, amparado pelo estado, empreende mais esforços em garantir a defesa de um assassino covarde de crianças do que aqueles necessários para evitar que bandidos semelhantes cometam crimes semelhantes.
Quando um bicho-grilo de terno e gravata (colete psicodélico também está na moda) monta uma OG, ele está pensando apenas em obter certa autoridade e respeito dentro do ambiente em que criminosos encontram vasta rede de proteção enquanto cidadãos de bem procuram no mercado portões de garagem automáticos que fechem cada vez mais rapidamente.
Veja na matéria do link acima que a ONG, digo OG, rapidamente, rapidamente, esse advérbio que não combina muito com a justiça brasileira, rapidamente incluiu o bandido em um programa de proteção sob a coordenação da Secretaria Especial de Direitos Humanos do governo federal. Em resumo: o belo exemplar de ser humano que despedaçou uma criança em via pública vai ser protegido com o dinheiro do cidadão (dinheiro que o governo tenta o tempo todo fazer crer que é dele).
Esse crime contra garoto João Helio, me lembro bem, foi cometido poucos dias antes do carnaval. Na época, comentei que o prefeito do Rio de Janeiro deveria, no mínimo, dado o valor simbólico que a repercursão da brutalidade desse crime trouxe, cancelar o carnaval da cidade naquele ano. Claro, quase todo mundo vê o cancelamento do carnaval como algo absurdo e impensável, afinal, é tudo muito complexo, envolve muita coisa, muitos compromissos firmados, é uma festa oficial (quê! mas carnaval não era para ser anárquico, que é o contrário de oficial? Ah, ia esquecendo!, estamos falando do país em que Organização NÃO Governamental é Governamental). Ora, não faria sentido cancelar tal festa se isso não significasse algum sacrifício, pois a natureza do sacrifício é exatamente mostrar que ainda há ânimo e que ainda estamos dispostos a pagar altos preços na luta contra problemas que julgamos fundamentais. Quanto mais alto o preço a pagar, mais empenhado nos mostramos em sair do estado letárgico que nos condena a uma tragédia onipresente. Cancelar o carnaval, dada sua forte ligação com a cultura brasileira em geral e carioca em particular, seria um preço razoável.
Porém, nessas horas em que algum sacrifício é necessário, o brasileiro sempre encontra justificativas para fugir de suas obrigações morais. Ninguém está disposto a sacrificar uma só vez na vida uns dias de festa em nome do estabelecimento de um marco, de um símbolo: “o ano em que o RJ não teve carnaval”. Seria um marco, se não a redenção moral, ao menos um ponto de luz no apagado e pouco lustroso senso de justiça brasileiro, um ponto de luz que poderia, tal qual um farol guia barcos na neblina, mostrar às próximas gerações que, em algum momento, algumas pessoas resolveram se mexer de uma forma diferente daquela costumeira "bota a mãozinha pra cima e bate na palma da mão".
Epa! Sacrifício? Futuras gerações? Senso de justiça? Farol? Luz? Redenção? Moral? Ah, essa tendência para a abstração... Ia me esquecendo de que falava do Brasil. A ilusão se esvai e a realidade logo irrompe quando a gente vê que está na terra das OGs, do sebastianismo rasteiro e do populismo brejeiro cheio de malemolência e ziriguidum e telecoteco. Ninguém requebra melhor do que nossa moral.
Basta olhar para os lados e ver que essa terra dos papagaios não passa de uma grande tribo asfaltada. A civilização aqui não chegou, logo não há obrigações legais ou morais que se sustentem. Asfaltar uma tribo de índios não é suficiente para trazer o mínimo de civilidade. O asfalto é nossa maquiagem. Muda-se o assessório e o essencial permanece tal e qual na época em que o bispo Sardinha conheceu nossas raízes. A letargia brasileira alimenta o auto-engano de que mudar a embalagem melhora o produto. (Um exemplo rasteiro e bem localizado: aqui em Fortaleza/CE, um bairro chamado Pantanal tinha altos índices de criminalidade e as pessoas viviam na extrema pobreza. Solução encontrada pelo poder público: mudar o nome do bairro, que hoje se chama Planalto Ayrton Senna. Quem está disposto a apostar que os índices de criminalidade e miséria mudaram por conta disso?).
Pular e saltar de alegria durante vários dias sobre o mesmo solo da cidade em que poucos dias atrás uma criança havia sido covardemente despedaçada é algo que só evidencia a escuridão moral de que padecem os aborígenes botocudos brasileiros. Não me vejo em sintonia com isso, por essa razão, por mais arrogante que isso possa parecer (diria até que com orgulho), não chego sequer a ter vergonha de ser brasileiro, porque nem brasileiro me sinto.

Mas, opa!, aonde vão passar a semana santa?

domingo, 7 de março de 2010

EXTRA! CAIU A CASA DO TESOUREIRO DO PT


O Ministério Público quebra sigilo da Bancoop e descobre que dirigentes da Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo lesaram milhares de associados, para montar um esquema de desvio de dinheiro que abasteceu a campanha de Lula em 2002 e encheu os bolsos de dirigentes do PT. Eles sacaram ao menos 31 milhões de reais na boca do caixa.
Transcreveo após este prólogo a íntegra da reportagem de capa exclusiva da revista Veja que foi às bancas neste sábado e que mais uma vez pauta o resto da grande imprensa brasileira, toda ela comendo caraminguás atirados pelos sequazes de Lula e escamoteando as informações que interessam. É mais um escândalo do governo de Lula e do PT. O título do post é o mesmo da chamada de capa da revista Veja.
                                    Montagem sobre foto Jose Meirelles Passos/ Ag. O Globo

NÃO É SÓ A BARBA QUE LEMBRA O ANTECESSOR

João Vaccari, novo tesoureiro do PT, é o homem por trás do esquema Bancoop, diz o Ministério Público

Depois de quase três anos de investigação, o Ministério Público de São Paulo finalmente conseguiu pôr as mãos na caixa-preta que promete desvendar um dos mais espantosos esquemas de desvio de dinheiro perpetrados pelo núcleo duro do Partido dos Trabalhadores: o esquema Bancoop. Desde 2005, a sigla para Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo virou um pesadelo para milhares de associados. Criada com a promessa de entregar imóveis 40% mais baratos que os de mercado, ela deixou, no lugar dos apartamentos, um rastro de escombros. Pelo menos 400 famílias movem processos contra a cooperativa, alegando que, mesmo tendo quitado o valor integral dos imóveis, não só deixaram de recebê-los como passaram a ver as prestações se multiplicar a ponto de levá-las à ruína (veja depoimentos abaixo). Agora, começa-se a entender por quê.
Na semana passada, chegaram às mãos do promotor José Carlos Blat mais de 8 000 páginas de registros de transações bancárias realizadas pela Bancoop entre 2001 e 2008. O que elas revelam é que, nas mãos de dirigentes petistas, a cooperativa se transformou num manancial de dinheiro destinado a encher os bolsos de seus diretores e a abastecer campanhas eleitorais do partido. "A Bancoop é hoje uma organização criminosa cuja função principal é captar recursos para o caixa dois do PT e que ajudou a financiar inclusive a campanha de Lula à Presidência em 2002."
Na sexta-feira, o promotor pediu à Justiça o bloqueio das contas da Bancoop e a quebra de sigilo bancário daquele que ele considera ser o principal responsável pelo esquema de desvio de dinheiro da cooperativa, seu ex-diretor financeiro e ex-presidente João Vaccari Neto. Vaccari acaba de ser nomeado o novo tesoureiro do PT e, como tal, deve cuidar das finanças da campanha eleitoral de Dilma Rousseff à Presidência.
Um dos dados mais estarrecedores que emergem dos extratos bancários analisados pelo MP é o milionário volume de saques em dinheiro feitos por meio de cheques emitidos pela Bancoop para ela mesma ou para seu banco: 31 milhões de reais só na pequena amostragem analisada. O uso de cheques como esses é uma estratégia comum nos casos em que não se quer revelar o destino do dinheiro. Até agora, o MP conseguiu esquadrinhar um terço das ordens de pagamento do lote de trinta volumes recebidos. Metade desses documentos obedecia ao padrão destinado a permitir saques anônimos. Já outros cheques encontrados, totalizando 10 milhões de reais e compreendidos no período de 2003 a 2005, tiveram destino bem explícito: o bolso de quatro dirigentes da cooperativa, o ex-presidente Luiz Eduardo Malheiro e os ex-diretores Alessandro Robson Bernardino, Marcelo Rinaldo e Tomas Edson Botelho Fraga – os três primeiros mortos em um acidente de carro em 2004 em Petrolina (PE). Eles eram donos da Germany Empreiteira, cujo único cliente conhecido era a própria Bancoop. Segundo o engenheiro Ricardo Luiz do Carmo, que foi responsável por todas as construções da cooperativa, as notas emitidas pela Germany para a Bancoop eram superfaturadas em 20%. A favor da empreiteira, no entanto, pode-se dizer que ela ao menos existia de fato. De acordo com a mesma testemunha, não era o caso da empresa de "consultoria contábil" Mizu, por exemplo, pertencente aos mesmos dirigentes da Bancoop e em cuja contabilidade o MP encontrou, até o momento, seis saídas de dinheiro referentes ao ano de 2002 com a rubrica "doação PT", no valor total de 43 200 reais. Até setembro do ano passado, a lei não autorizava cooperativas a fazer doações eleitorais.
Outro frequente agraciado com cheques da Bancoop tornou-se nacionalmente conhecido na esteira de um dos últimos escândalos que envolveram o partido. Freud "Aloprado" Godoy – ex-segurança das campanhas do presidente Lula, homem "da cozinha" do PT e um dos pivôs do caso da compra do falso dossiê contra tucanos na campanha de 2006 – recebeu, por meio da empresa que dirigia até o ano passado, onze cheques totalizando 1,5 milhão de reais, datados entre 2005 e 2006. Nesse período, a Caso Sistemas de Segurança, nome da sua empresa, funcionava no número 89 da Rua Alberto Frediani, em Santana do Parnaíba, segundo registro da Junta Comercial. Vizinhos dizem que, além da placa com o nome da firma, nada indicava que houvesse qualquer atividade por lá. O único funcionário visível da Caso era um rapaz que vinha semanalmente recolher as correspondências num carro popular azul. Hoje, a Caso se transferiu para uma casa no município de Santo André, na região do ABC.
Depoimentos colhidos pelo MP ao longo dos últimos dois anos já atestavam que o dinheiro da Bancoop havia servido para abastecer a campanha petista de 2002 que levou Lula à Presidência da República (veja o quadro). VEJA ouviu uma das testemunhas, Andy Roberto, que trabalhou como segurança da Bancoop e de Luiz Malheiro entre 2001 e 2005. Em depoimento ao MP, Roberto afirmou que Malheiro, o ex-presidente morto da Bancoop, entregava envelopes de dinheiro diretamente a Vaccari, então presidente do Sindicato dos Bancários e indicado como o responsável pelo recolhimento da caixinha de campanha de Lula. Em entrevista a VEJA, Roberto não repetiu a afirmação categoricamente, mas disse estar convicto de que isso ocorria e relatou como, mesmo depois da eleição de Lula, entre 2003 e 2004, quantias semanais de dinheiro continuaram saindo de uma agência Bradesco do Viaduto do Chá, centro de São Paulo, supostamente para o Sindicato dos Bancários, então presidido por Vaccari. "A gente ia no banco e buscava pacotes, duas pessoas escoltando uma terceira." Os pacotes, afirmou, eram entregues à secretária de Luiz Malheiro, que os entregava ao chefe. "Quando essas operações aconteciam, com certeza, em algum horário daquele dia, o Malheiro ia até o Sindicato dos Bancários. Ou, então, se encontrava com o Vaccari em algum lugar."
Os depoimentos colhidos pelo MP indicam que o esquema de desvio de dinheiro da Bancoop obedeceu a uma trajetória que já se tornou um clássico petista. Começou para abastecer campanhas eleitorais do partido e acabou servindo para atender a interesses particulares de petistas. Entre os cheques em poder do MP, por exemplo, está um em que a empresa Mizu, de "consultoria contábil", doa 7 000 reais a um certo Centro Espírita Redenção, em 2003. Muitas vezes, dirigentes da Bancoop nem se preocuparam em usar as empresas "prestadoras de serviços" que montaram com o objetivo de sugar a coo-perativa para esconder sua ganância. O MP encontrou quatro cheques da Bancoop, totalizando 35 000 reais, para uma ONG de Luiz Malheiro em São Vicente dedicada a deficientes auditivos – curiosamente, o mesmo endereço do centro espírita. Os cheques foram emitidos entre novembro de 2003 e março de 2005.
Tanta lambança, aliada a uma gestão ruinosa, fez com que a Bancoop mergulhasse num estado de pré-liquidação. Em 2004, com Lula já eleito, Luiz Malheiro foi pedir ao "chefe" Berzoini, então ministro do Trabalho, "ajuda" para reerguer a cooperativa. Quem relatou o episódio ao MP foi seu irmão, Hélio Malheiro. Em 2008, dizendo-se sob ameaça de morte, Hélio Malheiro ingressou no Programa de Proteção à Testemunhas da secretaria estadual de justiça de São Paulo, no qual se encontra até hoje. Em dezembro de 2004, depois que Luiz Malheiro já havia morrido, a "ajuda" chegou à Bancoop. Com apoio de Berzoini e corretagem da Planner (investigada pela CPI dos Correios sob a acusação de ter causado um prejuízo de 4 milhões de reais ao fundo de pensão da Serpro), a cooperativa associou-se a um Fundo de Investimentos em Direito Creditórios (FIDC), entidade que negocia recebíveis, e captou 43 milhões de reais no mercado – 85% dos papéis foram adquiridos por fundos de pensão de estatais controlados por petistas ligados ao grupo de Berzoini e Vaccari. O investimento resultou na abertura de um inquérito pela Polícia Federal por suspeita de que os fundos de pensão teriam sido prejudicados para favorecer a Bancoop.

                                                               O PROMOTOR BLAT

                                                   "A Bancoop virou organização criminosa"

João Vaccari Neto é do tipo que se orgulha de ser chamado de "um petista histórico", o que, no jargão do partido, significa, entre outras coisas, que ganhou boa parte da vida dirigindo entidades de classe e do partido. Aos 19 anos, começou a trabalhar como escriturário do Banespa. Ficou lá apenas dois anos. Depois disso, entrou no sindicato de sua categoria e nunca mais pegou no pesado. Participou de três diretorias da Central Única dos Trabalhadores (CUT), foi secretário de relações internacionais da entidade e presidiu o Dieese. Atuou sempre como braço de apoio de Berzoini, a quem sucedeu na presidência do Sindicato dos Bancários de São Paulo em 1998. Apesar de não ter a projeção política do amigo, Vaccari conquistou a amizade de Lula, coisa que Berzoini jamais conseguiu obter. Vaccari, como mostra agora a investigação do MP, tem mais em comum com seu antecessor, Delúbio Soares, do que a barba grisalha. E, como Freud Godoy, está mergulhado até os últimos e ralos fios de cabelo no escândalo dos aloprados.
 Há duas semanas, um juiz de primeira instância contrariou decisão do Tribunal Superior Eleitoral e determinou a cassação do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, por suposto recebimento ilegal de doação de campanha. A sentença, que colocou em risco a segurança jurídica, foi suspensa. Na semana passada, o TSE divulgou as regras que vão orientar as eleições deste ano. São medidas moralizadoras, que incluem a obrigatoriedade da divulgação de quaisquer processos ou acusações criminais que pesem sobre o candidato e que dificultam manobras de doadores que tenham por finalidade esconder a origem do dinheiro. Tudo isso mostra quanto o país está interessado em aprimorar seu sistema de financiamento eleitoral e proteger-se dos efeitos tão deletérios como conhecidos que sua distorção pode causar. Ao indicar pessoalmente alguém com o prontuário de João Vaccari para tomar conta das finanças do PT e da campanha eleitoral de Dilma Rousseff, o presidente Lula sinaliza que, ao contrário do resto do Brasil, não está nem um pouco empenhado em colaborar na faxina.
Lulices
Em 2003, Álvaro Uribe pediu a Lula que designasse formalmente as Farc como organização terrorista. Lula não respondeu. Ele resolveu falar em outra ocasião, quando as tropas de Uribe despacharam para o inferno os chefes das Farc que operavam no Equador: Lula exigiu que o presidente colombiano se desculpasse.

O PT divulgou nota, em janeiro do ano passado, chamando Israel de estado terrorista e comparando a reação israelense a oito anos de foguetes do Hamas às práticas do regime nazista. É a mesma opinião de Mahmoud Ahmadinejad, de quem Lula é assessor em assuntos atômicos. A bomba que o Irã desenvolve para atacar Israel sairá da fábrica com a ajuda da diplomacia petista.
Quando as instituições hondurenhas seguiram a Constituição e depuseram Manuel Zelaya, Lula reagiu prontamente contra a democracia e cortou os programas de cooperação econômica com Honduras. O homem estava indignado: "O Brasil condena o golpe de Estado... Os golpistas devem perceber o mal que estão fazendo para a democracia na América Central... É preciso respeitar a participação popular". Semanas depois, Lula emprestou nossa embaixada para que Zelaya iniciasse a guerra civil nas ruas de Tegucigalpa.
Agora Lula lamenta que Orlando Zapata tenha se deixado morrer. Vocês sabem o que houve: na ânsia de trair o comunismo cubano, Zapata dirigiu-se a uma cela, ficou lá alguns anos, parou de comer e maquiavelicamente deixou-se morrer. Raul expressou luto rindo e conversando animadamente com Lula, que ria ainda mais. Fidel emocionou-se de tal jeito com a visita do estadista global que vestiu sua jaqueta da Nike. No dia seguinte, Lula indicou o caminho para a harmonia planetária: “Eu gostaria que todos os governantes do mundo agissem como eu ajo”.
Ao contrário do brasileiro comum, que pode ficar enojado com tanto cinismo, Lula existe acima de pudores reacionários. Perante o público de devotos, ele conta com dois argumentos infalíveis: a soberania nacional e os 240% de aprovação popular. Não há nada a explicar, portanto. O lulista apaixonado se encara no espelho tranqüilo, imponente, e encerra o assunto: “As Farc são um exército de resistência. O Hamas também. Ditadura de esquerda é democracia. E os Estados Unidos mataram Orlando Zapata”.

quinta-feira, 4 de março de 2010

dos Arquivos da Ditadura:

O ASSASSINATO DE ELZA FERNANDES

Desde menina, Elvira Cupelo Colônio acostumara-se a ver, em sua casa, os numerosos amigos de seu irmão, Luiz Cupelo Colônio. Nas reuniões de comunistas, fascinava-se com os discursos e com a linguagem complexa daqueles que se diziam ser a salvação do Brasil. Em especial, admirava aquele que parecia ser o chefe e que, de vez em quando, lançava-lhe olhares gulosos, devorando o seu corpo adolescente. Era o próprio Secretário-Geral do Partido Comunista do Brasil (PCB), Antonio Maciel Bonfim, o "Miranda".

Em 1934, então com 16 anos, Elvira Cupelo tornou-se a amante de "Miranda" e passou a ser conhecida, no Partido, como "Elza Fernandes" ou, simplesmente, como a "garota". Para Luiz Cupelo, ter sua irmã como amante do secretário-geral era uma honra. Quando ela saiu de casa e foi morar com o amante, Cupelo viu que a chance de subir no Partido havia aumentado.

Entretanto, o fracasso da Intentona, com as prisões e os documentos apreendidos, fez com que os comunistas ficassem acuados e isolados em seus próprios aparelhos.

Nos primeiros dias de janeiro de 1936, "Miranda" e "Elza" foram presos em sua residência, na Avenida Paulo de Frontin, 606, Apto 11, no Rio de Janeiro. Mantidos separados e incomunicáveis, a polícia logo concluiu que a "garota" pouco ou nada poderia acrescentar aos depoimentos de "Miranda" e ao volumoso arquivo apreendido no apartamento do casal. Acrescendo os fatos de ser menor de idade e não poder ser processada, "Elza" foi liberada. Ao sair, conversou com seu amante que lhe disse para ficar na casa de seu amigo, Francisco Furtado Meireles, em Pedra de Guaratiba, aprazível e isolada praia da Zona Oeste do Rio de Janeiro. Recebeu, também, da polícia, autorização para visitá-lo, o que fez por duas vezes.

Em 15 de janeiro, Honório de Freitas Guimarães, um dos dirigentes do PCB, ao telefonar para "Miranda" surpreendeu-se ao ouvir, do outro lado do aparelho, uma voz estranha. Só nesse momento, o Partido tomava ciência de que "Miranda" havia sido preso. Alguns dias depois, a prisão de outros dirigentes aumentou o pânico. Segundo o PCB, havia um traidor. E o maior suspeito era "Miranda".

As investigações do "Tribunal Vermelho" começaram. Honório descobriu que "Elza" estava hospedada na casa do Meireles, em Pedra de Guaratiba. Soube, também, que ela estava de posse de um bilhete, assinado por "Miranda", no qual ele pedia aos amigos que auxiliassem a "garota". Na visão estreita do PCB, o bilhete era forjado pela polícia, com quem "Elza" estaria colaborando. As suspeitas transferiram-se de "Miranda" para a "garota".

Reuniu-se o "Tribunal Vermelho", composto por Honório de Freitas Guimarães, Lauro Reginaldo da Rocha, Adelino Deycola dos Santos e José Lage Morales. Luiz Carlos Prestes, escondido em sua casa da Rua Honório, no Méier, já havia decidido pela eliminação sumária da acusada. O "Tribunal" seguiu o parecer do chefe e a "garota" foi condenada à morte. Entretanto, não houve a desejada unanimidade: Morales, com dúvidas, opôs-se à condenação, fazendo com que os demais dirigentes vacilassem em fazer cumprir a sentença. Honório, em 18 de fevereiro, escreveu a Prestes, relatando que o delator poderia ser, na verdade, o "Miranda".

A reação do "Cavaleiro da Esperança" foi imediata. No dia seguinte, escreveu uma carta aos membros do "Tribunal", tachando-os de medrosos e exigindo o cumprimento da sentença. Os trechos dessa carta de Prestes, a seguir transcritos, constituem-se num exemplo candente da frieza e da cínica determinação com que os comunistas jogam com a vida humana:

"Fui dolorosamente surpreendido pela falta de resolução e vacilação de vocês. Assim não se pode dirigir o Partido do Proletariado, da classe revolucionária." ... "Por que modificar a decisão a respeito da "garota"? Que tem a ver uma coisa com a outra? Há ou não há traição por parte dela? É ou não é ela perigosíssima ao Partido...?" ... "Com plena consciência de minha responsabilidade, desde os primeiros instantes tenho dado a vocês minha opinião quanto ao que fazer com ela. Em minha carta de 16, sou categórico e nada mais tenho a acrescentar..." ... "Uma tal linguagem não é digna dos chefes do nosso Partido, porque é a linguagem dos medrosos, incapazes de uma decisão, temerosos ante a responsabilidade. Ou bem que vocês concordam com as medidas extremas e neste caso já as deviam ter resolutamente posto em prática, ou então discordam mas não defendem como devem tal opinião."

Ante tal intimação e reprimenda, acabaram-se as dúvidas. Lauro Reginaldo da Rocha, um dos "tribunos vermelhos", respondeu a Prestes:
"Agora, não tenha cuidado que a coisa será feita direitinho, pois a questão do sentimentalismo não existe por aqui. Acima de tudo colocamos os interesses do P."
Decidida a execução, "Elza" foi levada, por Eduardo Ribeiro Xavier ("Abóbora"), para uma casa da Rua Mauá Bastos, Nº 48-A, na Estrada do Camboatá, onde já se encontravam Honório de Freitas Guimarães ("Milionário"), Adelino Deycola dos Santos ("Tampinha"), Francisco Natividade Lira ("Cabeção") e Manoel Severino Cavalcanti ("Gaguinho").
Elza, que gostava dos serviços caseiros, foi fazer café. Ao retornar, Honório pediu-lhe que sentasse ao seu lado. Era o sinal convencionado. Os outros quatro comunistas adentraram à sala e Lira passou-lhe uma corda de 50 centímetros pelo pescoço, iniciando o estrangulamento. Os demais seguravam a "garota", que se debatia desesperadamente, tentando salvar-se. Poucos minutos depois, o corpo de "Elza", com os pés juntos à cabeça, quebrado para que ele pudesse ser enfiado num saco, foi enterrado nos fundos da casa. Eduardo Ribeiro Xavier, enojado com o que acabara de presenciar, retorcia-se com crise de vômitos.
Perpetrara-se o hediondo crime, em nome do Partido Comunista.

Poucos dias depois, em 5 de março, Prestes foi preso em seu esconderijo no Méier. Ironicamente, iria passar por angústias semelhantes, quando sua mulher, Olga Benário, foi deportada para a Alemanha nazista.
Alguns anos mais tarde, em 1940, o irmão de "Elza", Luiz Cupelo Colônio, o mesmo que auxiliara "Miranda" na tentativa de assassinato do "Dino Padeiro", participou da exumação do cadáver. O bilhete que escreveu a "Miranda", o amante de sua irmã, retrata alguém que, na própria dor, percebeu a virulência comunista:

"Rio, 17-4-40"
Meu caro Bonfim
Acabo de assistir à exumação do cadáver de minha irmã Elvira. Reconheci ainda a sua dentadura e seus cabelos. Soube também da confissão que elementos de responsabilidade do PCB fizeram na polícia de que haviam assassinado minha irmã Elvira. Diante disso, renego meu passado revolucionário e encerro as minhas atividades comunistas.
Do teu sempre amigo, Luiz Cupelo Colônio".











"Elza Fernandes" e "Miranda"

F. Dumont