Sic transit gloria mundi

"Assim passa a glória do mundo”

quarta-feira, 27 de maio de 2009


Jesus Ajuda os Discípulos a Aumentarem sua Fé
John Piper
Em Lucas 17.5, os apóstolos pediram ao Senhor que lhes aumentasse a fé. Como Jesus os ajudou nisso? De duas maneiras, nas quais Ele lhes falou a verdade. Mesmo na maneira como Jesus respondeu, Ele mostra como a fé vem pelo ouvir. Conhecer certas coisas pode aumentar nossa fé.Primeira, Ele fortaleceu a nossa fé por nos dizer (v. 6) que o elemento crucial em realizar grandes coisas, para promover o reino de Deus, não é a quantidade de nossa fé, e sim o poder de Deus. Jesus disse: “Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a esta amoreira: Arranca-te e transplanta-te no mar; e ela vos obedecerá”. Ao se referir ao grão de mostarda, depois de receber um pedido sobre a fé aumentada, o Senhor Jesus desvia a atenção da quantidade da fé para o objeto da fé. Deus move a amoreira. E isso não depende necessariamente da quantidade de nossa fé, e sim do poder, da sabedoria e do amor de Deus. Sabendo isso, somos ajudados a não nos inquietarmos quanto à nossa fé e inspirados a confiar na livre iniciativa e poder de Deus.Segunda, Jesus ajuda-nos a aumentar a fé por dizer-nos (vv. 7-10) que, ao fazermos tudo quanto nos foi ordenado, ainda somos radicalmente dependentes da graça. Ele nos dá uma ilustração. Talvez você queira ler novamente os versículos 7 a 10. A essência da ilustração é que o senhor de um escravo não se torna devedor deste, quando este realiza muitos trabalhos. O significado é que Deus nunca é nosso devedor. O versículo 10 resume este fato: “Assim também vós, depois de haverdes feito quanto vos foi ordenado, dizei: Somos servos inúteis, porque fizemos apenas o que devíamos fazer”. Somos servos indignos; temos feito somente aquilo que é nosso dever. Sempre somos devedores para com Deus. E nunca seremos capazes de pagar este débito, nem isto é esperado de nós. Sempre seremos dependentes da graça de Deus. Nunca conseguiremos sair de nosso débito para uma condição em que Deus é nosso devedor. “Quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado?” (Rm 11.35).Quando Jesus disse (v. 9) que o senhor não agradeceu ao servo, a palavra “agradecer” é provocante. Creio que a idéia é de que “agradecer” é uma reação à graça. A razão por que o senhor não agradeceu é que o servo não estava dando ao senhor mais do que este merecia. Ele não estava tratando o senhor com graça. Graça significa ser tratado melhor do que merecemos. Isto é o que acontece em nosso relacionamento com Deus. Nunca podemos tratar a Deus com graça. Nunca podemos dar-Lhe mais do que Ele merece. Isto significa que Ele nunca nos deve agradecimentos. Ele nunca nos diz: “Obrigado!” Pelo contrário, Deus está sempre nos dando mais do que merecemos, e sempre Lhe devemos agradecimentos.Portanto, a lição para nós é que, ao fazermos tudo o que devemos — quando tivermos resolvido todos os problemas da igreja, corrigido todas as atitudes de todos os crentes, mobilizado muitos missionários, amado os pobres, resgatado casamentos, criado filhos piedosos, cumprido todas as promessas que fizemos, honrado todas as responsabilidades de nossos negócios e proclamado com ousadia a Cristo — Deus não nos deve qualquer agradecimento. Pelo contrário, naquele momento nos relacionaremos com Ele como devedores à graça, assim como o fazemos agora.Isto é um grande encorajamento para a fé. Por quê? Porque significa que Deus é tão livre para abençoar-nos antes de nos mostrarmos eficientes como também depois. Visto que somos servos “inúteis”, antes de fazermos o que devíamos, e “inúteis” depois de havermos feito, é somente a graça que motiva a Deus a ajudar-nos. Por conseguinte, Ele é livre para ajudar-nos antes e depois de O servirmos. Isto é um grande incentivo para confiarmos nEle, a fim de recebermos ajuda, quando não estamos sendo eficientes. E esta confiança é exatamente aquilo que obtém o poder de sermos eficientes.Portanto, duas coisas aumentam nossa fé.1. Deus mesmo, e não a quantidade de nossa fé, é o fator decisivo em remover amoreiras do caminho.2. A graça espontânea é decisiva na maneira como Deus lida conosco antes e depois de havermos feito tudo o que devíamos.Nunca agimos além de nossa necessidade por graça. Por isso, confiemos em Deus para as grandes coisas com nossa pequena fé e não sejamos paralisados por aquilo que ainda precisa ser feito em nossa vida pessoal, na igreja, em nossa profissão e na causa de missões mundiais.

O FUTURO GOVERNO MUNDIAL
DAVE HUNT
Dentro de pouco tempo, um governo cruel, perverso e totalitário, mas com um discurso impecável de paz, amor e fraternidade, tomará conta do planeta Terra. Nada pode impedir que isso aconteça. Os Estados Unidos, depois de um colapso repentino e misterioso, serão impotentes, um mero peão no desenrolar dos acontecimentos. Mas será que essa transformação será provocada pelos lendários Trilateralistas? Não! A conspiração é muito maior do que isso e poderosa demais para ser controlada pelos Trilateralistas.

Há muitos rumores alarmistas de que importantes líderes políticos de Washington estariam envolvidos numa conspiração para trair os interesses nacionais dos Estados Unidos. Esses homens, todos membros ou ex-membros da Comissão Trilateral e/ou do Conselho de Relações Exteriores (CFR, em inglês), estariam trabalhando lado a lado com certos líderes comunistas importantes numa conspiração internacional para estabelecer um governo mundial [...]. Não há dúvida de que esses relatos têm um fundo de verdade. Mas as pessoas invariavelmente exageram quando se referem aos Trilateralistas e ao pessoal do CFR, parecendo atribuir onisciência e onipotência aos “internacionalistas”.

De fato, membros de várias organizações políticas importantes, tanto nos EUA como no exterior, fazem parte de uma conspiração internacional para estabelecer um governo mundial. Mas será que isso é tão ruim assim? De que outra forma pode haver uma paz mundial justa e duradoura? Com certeza, um governo mundial não seria considerado algo ruim, mas sim a maior esperança de se evitar um holocausto nuclear. Porém, muitos argumentam que esse governo só poderia ser estabelecido através do sacrifício de liberdades preciosas para o Ocidente [...].

Em vários de seus livros, H. G. Wells parece ter previsto com precisão assustadora os passos que levarão ao surgimento do futuro governo mundial. Embora defendesse um socialismo internacional benevolente, ele não tinha ilusões com relação ao Comunismo, que rejeitou com estas palavras:

Na prática, vemos que o Marxismo [...] recorre a atividades perniciosamente destrutivas e [...] é praticamente impotente diante de dificuldades materiais. Na Rússia, onde [...] o Marxismo foi testado [...] a cada ano fica mais claro que o Marxismo e o Comunismo são desvios que se afastam do caminho do progresso humano [...]. O principal erro dessa teoria é a suposição simplista de que pessoas em situação de desvantagem se sentirão compelidas a fazer algo mais do que a mera manifestação caótica e destrutiva de seu ressentimento [...]. Nós rejeitamos [...] a fé ilusória nesse gigante mágico, o Proletariado, que irá ditar, organizar, restaurar e criar [...].

Em vez disso, Wells previu que a nova ordem mundial estaria nas mãos de “uma elite de pessoas inteligentes e com um pensamento religioso”. A religião desses conspiradores sinceros, que Wells explicou e confessou seguir, é exatamente o que a Bíblia descreve como a religião do futuro Anticristo! Mas poucas pessoas perceberão isso, pois todos estarão muito empenhados em salvar o mundo do holocausto nuclear. Seus objetivos serão tão sinceros e parecerão tão lógicos: uma paz genuína e duradoura só pode ser obtida através do controle mundial sobre os interesses nacionalistas que, de outra forma, geram disputas por territórios, recursos, riqueza e poder, provocando guerras para atingir seus objetivos [...].

Criado pela mãe para ser evangélico, Wells tornou-se um apóstata inimigo de Cristo. Amigo íntimo de T. H. Huxley, Wells era ateu e ávido evolucionista. Porém, tinha uma religião, uma crença de que uma elite de homens-deuses evoluiria no tempo oportuno, “tomaria o mundo em suas mãos e criaria uma ordem racional”. O mundo seria transformado através dessa religião apóstata. Duvido que Wells soubesse que estava profetizando o cumprimento de uma profecia bíblica: “Ninguém, de nenhum modo, vos engane, porque isto não acontecerá sem que primeiro venha a apostasia e seja revelado o homem da iniqüidade, o filho da perdição”. Entretanto, Wells parecia saber que isso não aconteceria em sua geração, mas ocorreria provavelmente na seguinte:

Para a minha geração, desempenhar o papel de João Batista deve ser a maior ambição. Podemos proclamar e revelar o advento de uma nova fase da fé e do esforço humano. Podemos indicar o caminho cuja descoberta tem sido o trabalho de nossa vida [...]. Aqui – dizemos – está a base para um mundo novo.

A idéia de um governo mundial está em circulação há muito tempo. A novidade hoje é o fato de que quase todo mundo está chegando à mesma conclusão e, no desespero do momento, milhões de pessoas estão fazendo algo a respeito [...]. Como H. G. Wells previu, a “conspiração” agora se tornou um movimento evidente que envolve centenas de milhões de “crentes”. A maioria desses “conspiradores declarados”, como Wells profetizou, tem em mente uma unidade mundial baseada mais no relacionamento interpessoal do que propriamente num governo, como querem os internacionalistas. A maior demonstração de que isso já é totalmente possível são as redes formadas por milhares de grupos de cidadãos comuns trabalhando em conjunto, no mundo inteiro, no novo e poderoso movimento pela paz. Isso também parece ter sido previsto por Wells, que escreveu: “O que estamos procurando alcançar é a síntese, e esse esforço comunal é a aventura da humanidade”.

Alguma coisa importante está tomando forma – um imenso e crescente movimento popular cujo caráter é mais religioso do que político, embora não no sentido comum da palavra. É uma nova espiritualidade, um misticismo grande demais para ser confinado nos limites estreitos de qualquer religião.

O Dr. Fritjov Capra, brilhante físico-pesquisador da Universidade da Califórnia em Berkeley, declarou:
Vivemos hoje num mundo interconectado globalmente [...] que requer uma perspectiva ecológica [...] uma nova visão da realidade, uma transformação fundamental das nossas idéias, percepções e valores [...].

É interessante o que H. G. Wells declarou, ao escrever sobre a “conspiração declarada” que acabaria por estabelecer a nova ordem mundial: “Esta é a minha religião [...] a verdade e o caminho da salvação [...]. Ela já está se desenvolvendo em muitas mentes [...] uma imensa e esperançosa revolução na vida humana [...]”.

Existem evidências suficientes de que o que Wells previu está finalmente acontecendo. Isso não é obra do acaso e já está grande demais para ser controlado pelos Trilateralistas [...].

Estamos diante não só de um futuro governo mundial, mas também de uma futura religião mundial. Na era espacial, ela precisará ter o aval da ciência. Mas que religião seria essa? Não é preciso ser nenhum gênio para perceber que, se a Bíblia chama seu líder de Anticristo, então ela tem que ser anticristã. Entretanto, o próprio Senhor Jesus avisou que esse homem fingiria ser o Cristo e que seu disfarce seria tão astuto e convincente que enganaria “se possível, os próprios eleitos”. (Dave Hunt, The Berean Call - http://www.chamada.com.br)

domingo, 24 de maio de 2009

Quem te viu quem te vê, querem a CPI da casa da Ieda, mas investigar os podres deles não mesmo!!!
Do blog do Aloizio Amorim
ECONOMIZE ÁGUA. DEFEQUE DURANTE O BANHO

Cadeira destinada ao banho "ecológico"da SOS Mata Atlântica

Uma ONG ambientalista brasileira está lançando uma campanha no mínimo inusitada. Para reduzir o desperdício de água, eles encorajam as pessoas a fazerem xixi durante o banho. Pelas contas da SOS Mata Atlântica, dá para economizar em média 12 litros de água diários (o equivalente a uma descarga) ao adotar essa prática.

MEU COMENTÁRIO: Ecochatos são completamente idiotas. Eis aí a prova do que eu afirmo.E volto a alertar: a única ação verdadeiramente eficaz em termos ecológicos é brecar o crescimento populacional, esterilizando homens e mulheres. Quem sabe adicionando anteconcepcionais no arroz e no feijão, distribuindo-os gratuitamente aos botocudos.Sobra apenas o cinismo. Era isto que eu temia. Virar um cínico...hehehe...Vão ser burros assim lá na SOS Mata Atlântica.E essa idéia cretina sucitou o aparecimento de um site que sugere que além de urinar durante o banho, os botocudos também devem defecar. Como sempre, tudo acaba em merda no Brasil...hehehe...

Aliviado, Lula já pensa no terceiro mandato.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

RESERVA INDÍGENA OU DE MERCADO? -
O Globo
19/05/2009
Douglas Falcão e Renato Pacca

O Conselho Indígena de Roraima (CIR), organização não governamental ligada aos índios que defendiam a demarcação contínua da Reserva Raposa Serra do Sol — recentemente referendada pelo Supremo Tribunal Federal —, negocia uma parceria com o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), visando ao aumento da produção agrícola na área. Os silvícolas, inclusive, já falam abertamente em obter financiamento público para auferir lucro com a produção de arroz orgânico. Logo o arroz, originário da Índia e fortemente disseminado por Ásia e Europa! Um alimento, por assim dizer, típico do malvado homem branco. Ora, a ideia de demarcação contínua sempre embutiu a finalidade de manter preservada a cultura de seus habitantes e intocadas as terras indígenas. Ninguém imaginou um índio “capitalista”, aculturado, empresário do agronegócio em parceria com o suspeitíssimo MST. Reservas indígenas só fazem sentido pelo escopo da preservação cultural e ambiental. Índios empresários ou donos de cassino, como sucedeu nas reservas norte-americanas, não fazem parte dos princípios que informaram a decisão do colendo STF. Dentre as condições estabelecidas pela Suprema Corte, consta que “o usufruto dos índios na área afetada por unidades de conservação fica restrito ao ingresso, trânsito e permanência, bem como caça, pesca e extrativismo vegetal, tudo nos períodos, temporadas e condições estipulados pela administração da unidade de conservação, que ficará sob a responsabilidade do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade”. Além disso, é vedada a qualquer pessoa estranha aos grupos tribais ou comunidades indígenas a prática de caça, pesca ou coleta de frutas, assim como de atividade agropecuária exploratória. Resta saber qual será a postura do Instituto Chico Mendes. Quanto ao MST, já é possível suspeitar que o patrocínio do agronegócio orgânico em terras indígenas faz parte de sua tentativa de “bolivarizar” o Brasil e buscar mais espaço político, opondo o campo às cidades. Se a retirada dos arrozeiros der ensejo a prósperos índios empresários do agronegócio, aproveitando as terras de cultivo dos brancos recentemente despejados com apoio do MST, “reserva indígena” passará a significar “reserva de mercado”, o que seria coerente com a lamentável política de cotas implementada pelo atual governo, mas profundamente prejudicial aos interesses do país como um todo.
DOUGLAS FALCÃO e RENATO PACCA são advogados.
IMPRESSÕES DE UMA VIAGEM A CUBA
19/05/2009
Rodrigo Siman Siri

18/05 - Médico salvadorenho narra as impressões de sua viagem a Cuba
Pedimos para visitar um hospital e nos levaram a um hospital turístico, exclusivo para estrangeiros, elegante e impecavelmente limpo, para depois nos inteirarmos de que os hospitais públicos são paupérrimos e mais destroçados do que o nosso hospital Rosales. Falar de Cuba é falar de um paraíso onde a beleza natural se mistura com o sonho de todo um povo bom e trabalhador. Estou sentado na varanda de um hotel em Havana, vendo um dos entardeceres mais alucinantes que jamais imaginei, com um misto de sentimentos tão fortes quanto o cheiro dos puros [1] cubanos. Pensei que escrever umas linhas sobre Cuba ia ser a coisa mais simples do mundo depois de estar aqui há uma semana, porém é difícil ser objetivo quando as idéias se turvam e os olhos umedecem constantemente com a quantidade de sensações vividas nestes dias. Fui convidado pelas autoridades de saúde deste belo país, por motivo de um congresso médico perfeitamente organizado pelos médicos cubanos. No congresso tive a oportunidade de ver o legendário Fidel Castro, que não é mais que os restos do que deve ter sido um fornido guerrilheiro. Chegou fortemente custodiado em sua caravana de três Mercedes Benz negros, exatamente iguais aos que utilizaram o general Pinochet e também Idi Amin Dadá, ditador da África. Casualidades da vida, pensei... Vimos um ancião vestido de verde-oliva falar confusamente no foro por mais de uma hora sobre mil coisas, palavras soltas sem mensagem alguma, desde a guerra no Irã até os mosquitos que causam a dengue. Como médico cheguei a Cuba sabendo que, embora aqui não houvesse liberdade, o sistema de saúde era um dos melhores do mundo, pois assim o refletiam seus indicadores de saúde e sociais, e os dirigentes do FMLN nos repetem isso constantemente [2]. Não sei que parâmetros os políticos utilizam em Cuba, porém ontem um menino que parecia ter sete anos de idade me contou que acabara de completar 15, e sua pele transluzia uma desnutrição severa e crônica. Pedimos para visitar um hospital e nos levaram a um hospital turístico, exclusivo para estrangeiros, elegante e impecavelmente limpo, para depois nos inteirarmos de que os hospitais públicos são paupérrimos e mais destroçados do que o nosso hospital Rosales. São velhos, com filas eternas de gente esperando para ser atendidas, escassos de medicamentos e com um pessoal de saúde exigindo, por baixo da mesa, alguns dólares extras aos usuários se se quer que o paciente seja atendido oportunamente e com os melhores remédios. E minha maior surpresa foi saber que um médico especialista ganha mensalmente a enorme soma de $ 20,00! É assim... Vinte dólares por mês, quando uma garrafa de água na rua custa $ 1,00, água que por certo não se pode tomar da torneira, pois está contaminada, segundo nos advertiram os colegas de Cuba. Se tudo isto acontece em Havana, imagino como não será nas cidades rurais?! É verdade que em Cuba não há mendigos esfarrapados, nem crianças descalças perambulando pelas ruas. Porém, abundam os velhos, jovens e crianças que se aproximam dos turistas nos restaurantes rogando por um pedaço de pão. Os turistas têm acesso aos lugares criados exclusivamente para eles: hotéis gigantescos, restaurantes de luxo, tudo em dólares, é claro. Os cubanos só podem ser testemunhas passivas da boa vida que é oferecida ao estrangeiro. Como me comentou um amigo taxista, com os olhos marejados pela raiva e pela tristeza: aqui os turistas são os humanos e nós somos os extraterrestres... Descobrir Cuba e sua gente é descobrir o heroísmo e a valentia de um povo que vive, ou melhor, sobrevive em regime de opressão, medo e miséria. Graças ao auge do turismo que há neste país os cubanos podem ver agora as diferenças entre eles e o mundo livre. Ao descer do avião aproximou-se de mim silenciosamente um senhor e depois de me perguntar de onde eu era, me pediu um jornal de El Salvador; estão famintos por notícias reais do mundo real, não deste fantasma criado por suas autoridades que aqui ninguém mais acredita. Muitos me perguntaram por nosso ex-presidente Flores [3], querem saber como é sua personalidade, estão impressionados com ele, uma vez que foi o único que pôs Fidel em seu lugar. Se inteiraram de tudo isto porque alguém lhes contou, já que esta notícia, como muitas outras, nunca foi transmitida em Cuba. Na semana passada foram fuzilados em Havana três jovens [4] por haver sonhado com sua liberdade e por haver tentado fugir de Cuba em uma lancha roubada. Por este grave delito, foram julgados em um dia e 24 horas depois, fuzilados selvagemente, como exemplo para o povo do que pode acontecer a quem esteja contra o regime. Quando uma formosa cubana com um olhar conformista me contava este fato injusto, só me ocorreu dizer-lhe que há que ter fé em que as coisas vão mudar logo. Que estúpido me senti quando me respondeu que isso os cubanos esperam há mais de 40 anos e aqui continuam morrendo muitos. Uns a tiros, como estes três jovens e centenas que vivem, porém que lhes fuzilaram a esperança de ser livres, de trabalhar, de se superar, de exigir seus direitos sem ser reprimidos. Porém seria injusto falar de Cuba e só mencionar as misérias de um regime obsoleto e tirano e que agora seguem Venezuela, Equador, Bolívia, Nicarágua. Falar de Cuba é falar de suas mulheres, das mais lindas do mundo, do ritmo e do calor de sua gente, do olhar bondoso de seu povo, das belezas de suas ruas com cheiro de sal, tabaco e rum. Falar de Cuba é falar de um paraíso onde a beleza natural se mistura com o sonho de todo um povo bom e trabalhador que continua esperando sua verdadeira revolução.
Dr. Rodrigo Siman Siri é médico pediatra, Diretor Nacional do Programa Nacional de Infecções de Transmissão Sexual – ITS/VIH/SIDA Ministério da Saúde, El Salvador -------------------------------------------------------------------------------- Notas da Tradutora: [1] “Puro” é como se chama em Cuba um charuto de excelente qualidade, como o Cohiba, por exemplo, e que custa uma fortuna. [2] Ao que tudo indica, por ter sido convidado pelas autoridades cubanas e pela citação do FMLN (Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional, bando terrorista que após o fim da guerra civil em El Salvador tornou-se partido político legal, inclusive ganhou as últimas eleições presidenciais), este médico deve ser no mínimo simpatizante do comunismo ou ter relações com o partido. Daí a importância do texto, pois é da lavra de alguém que acreditava na revolução castrista. [3] Francisco Guillermo Flores Pérez, foi presidente de El Salvador entre 1999 e 2004. [4] Este fato ocorreu pouco tempo depois da onda de repressão que ficou conhecida como “A Primavera Negra de Cuba”, onde 75 opositores ao regime ditatorial foram condenados a até 28 anos de prisão, em março de 2003. Em 11 de abril deste mesmo ano houve o fuzilamento dos três rapazes, que ficou conhecido como “o caso dos três negrinhos”. Tradução: Graça Salgueiro
PASSAGENS E DESTINOS
Do blog do autor
Percival Puggina

Ao orientar os holofotes da mídia apenas sobre os lamentáveis abusos constatados no Congresso Nacional, a sociedade brasileira reproduz, de certo modo, a situação do sujeito que caça o rato na despensa enquanto o hacker invade sua conta bancária. Toda reprovação, claro, aos maus usos e péssimos costumes estabelecidos no Parlamento. Mas é preciso não enterrar a cabeça nessa pauta em prejuízo da atenção devida ao que acontece acima e além. É de causar engulhos o que foi desvendado sobre o uso de passagens aéreas pelos congressistas. Mas o total despendido pelo Congresso Nacional com viagens, diárias e auxílio alimentação, no exercício de 2008 – absurdos R$ 297 milhões! – correspondeu a 11% do que foi consumido com essas mesmas rubricas pelos Três Poderes. Como foram gastos os outros 89%? Aqui vai um exemplo sobre a facilidade com que se descolam passagens aéreas: raros eventos internacionais terão sido tão atabalhoados quanto a conferência da ONU sobre Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Formas Conexas de Intolerância, encerrada em Genebra em meados de abril. Pois bem, para aquela reunião onde despontou o discurso racista, xenófobo e intolerante, por todas as formas conexas e desconexas, do iraniano Ahmadinejad, nosso governo patrocinou a viagem de seletíssima delegação. Lá se foram 33 brasileiros para a bela Suíça. Eram agentes do governo, representantes de uma boa dezena de desconhecidas ONGs voltadas para questões raciais e declarados militantes políticos, como o de uma certa “Articulação Política da Juventude Negra”. Todos alinhados e perfilados na base do governo, claro. Dê uma olhada, leitor, no site “Contas Abertas” e busque os números relativos ao ano de 2008. Ali, você verá que em todas as suas funções, a Câmara dos Deputados, com seus 513 membros, empenhou R$ 3,3 bilhões e o Senado Federal, com 81 senadores, empenhou R$ 2,8 bilhões. Uma montanha de dinheiro, não é mesmo? Agora, corra os olhos pelas outras linhas e perceberá que o Tribunal de Contas da União (nove ministros) empenhou R$ 1,1 bilhão, que o Supremo Tribunal Federal (11 ministros) empenhou 0,48 bilhão e que o Superior Tribunal de Justiça (30 ministros) empenhou R$ 0,8 bilhão. E a Presidência da República? Também está ali o número: R$ 5,5 bilhões. Ou seja, quase tanto quanto as duas casas do Congresso somadas! Sob o manto da Presidência, esclareça-se, estão incluídos vários daqueles ministeriozinhos que Lula criou para aumentar seu poder de fogo político. Mas saiba, leitor, tudo isso, mesmo onde houver, se houver, prodigalidade ou ilícito, é apenas rato na despensa. Dinheiro, mesmo, grana alta, sai do nosso bolso pelo ladrão dos encargos da dívida pública interna: R$ 571 bilhões. É isso mesmo. Cem vezes mais do que consome o Congresso é despendido com o custeio de uma dívida gerada por gestão fiscal irresponsável, acumulada ao longo de décadas, e por uma taxa de juros delinquente, que se mantém como a mais elevada do planeta. Repito, não estou exonerando o Congresso de suas culpas. Mas vamos combinar que ali está o alvo mais fácil, mais desfibrado e mais incompetente. Se pequena parte da energia gasta para bater em cachorro semimorto fosse direcionada para cobrar dele e do governo as reformas de que o país necessita, certamente estaríamos num estágio superior. Mais do que com as passagens, estou preocupado com os destinos do Brasil em meio a tantos descontroles e a tão escassa compreensão sobre as causas das nossas mazelas sociais, políticas, fiscais e institucionais.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Estatuto da Igualdade Racial

Estava marcada para ontem (13), na Câmara dos Deputados, a votação de outro projeto de engenharia social da esquerda militante, o Estatuto da Igualdade Racial. Escrevo este artigo sem saber se houve a votação ou o resultado dela. Se o projeto passar, a sanção de Lula é praticamente certa. E então uma estupidez monumental terá sido cometida em nome da maldita correção política que já imbecilizou uma geração inteira e promete deixar um legado nefasto.Quem lê o texto do estatuto é logo avisado pelo senador petista Paulo Paim, autor do projeto: "Sabíamos que ao defender essa bandeira, muitos seriam contrários. Afinal, o preconceito está arraigado em nossa sociedade. Os argumentos dos conservadores de hoje são os mesmo dos escravocratas da época da Abolição". Mais: o texto afirma que "hoje (...) a batalha entre os que defendem os princípios abolicionistas e os escravocratas perdura". É a velha tática de chantagear emocionalmente para desencorajar qualquer resistência. Antes de dar um pio, o herege já está condenado. Qualquer oposição que se faça é movida pelo orgulho ferido dos brancos safados que não querem perder privilégios centenários, os escravocratas do século XXI. Que tal?O Estatuto da Igualdade Racial seria chamado mais apropriadamente de Estatuto do Marxismo Racial. O que é classe na teoria do barbudo vira cor de pele na teoria da antropologia picareta de Paim e companhia. É disso que se trata, e seus autores não estão muito preocupados em disfarçar. O material é riquíssimo, mas, por falta de espaço, destaco aqui dois absurdos apenas.O artigo 62 diz que os governos "ficam autorizados a promover ações que assegurem a igualdade de oportunidades no mercado de trabalho para os afro-brasileiros, e a realizar contratação preferencial de afro-brasileiros no setor público e a estimular a adoção de medidas similares pelas empresas privadas". A tradução é simples: acabou esse negócio de contratação por mérito. O mérito agora é a cor do sujeito. Acabou também essa lenda de que são os empresários que mandam nas empresas. Os empresários são empregados do Estado e devem cumprir as ordens do politburo.Outro artigo fantástico, o 74, determina a quantidade de negros nos meios de comunicação. Pelo menos 20% dos atores e figurantes de qualquer produção televisiva devem ser negros. A coisa é idiota a esse ponto. Se forem encenar a história da Branca de Neve, será obrigatória a presença de um anão preto. O pessoal das artes que se vire para adaptar.A esquerda brasileira está lutando para tornar dogma a noção de raça, já enterrada pela ciência, e dividir juridicamente a sociedade em cidadãos brancos e cidadãos pretos, os primeiros transformados pelo Estado em eternos suspeitos de crime racial e os segundos em coitados profissionais, para a satisfação de Paulo Paim e companhia, ongueiros e burocratas socialistas que ganham a vida regulando o mundo a partir de suas repartições. Parece que está chegando a hora de instaurar o apartheid com consciência social.

terça-feira, 12 de maio de 2009

GENERAL DENUNCIA "SARNA MARXISTA"

O general-de-exército Paulo César de Castro, principal responsável pelo ensino no Exército nos últimos dois anos, exaltou ontem o golpe militar de 1964 e ironizou as políticas de cotas raciais na educação.Um dos 14 generais quatro estrelas (posto máximo) do Alto Comando do Exército, Castro elogiou o presidente Emilio Garrastazú Medici, em cujo governo (1969-74) desapareceram dezenas de oposicionistas, e defendeu a Lei de Anistia de 1979 (deu a entender que ela não permite punir militares). O oficial disse que os "arautos da sarna marxista", inimigo "astuto e insidioso", seguem em ação. As afirmações foram feitas no Palácio Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, diante do comandante do Exército, Enzo Peri.Castro foi ovacionado por centenas de pessoas, destacadamente oficiais da ativa, da reserva (podem ir a uma eventual guerra) e reformados (não podem).A cerimônia marcou sua substituição na chefia do Departamento de Educação e Cultura do Exército e passagem à reserva.O departamento dirige dos colégios militares às escolas para oficiais. O novo chefe é o general-de-exército Rui Monarca da Silveira.As cotas para grupos populacionais no acesso ao ensino são política federal, e o comandante constitucional das Forças Armadas é o presidente Luiz Inácio Lula da Silva -opositor da ditadura militar (1964-85).O general Castro recordou sua admissão no Colégio Militar: "[Foi] em concurso, sem que jamais me tivesse sido exigida a cor da pele dos meus pais, avós e demais ascendentes ou me tivessem acenado para integrar qualquer tipo de cotas fossem elas quais fossem".Como cadete, mobilizado pelo comandante da Academia Militar das Agulhas Negras, Emilio Medici, Castro tomou parte na deposição do presidente João Goulart em 1964.Ontem, o general leu o elogio de Medici "por ter participado do movimento de descomunização do Brasil" e chamou de "revolução democrática" o golpe militar.Para o oficial, o general Medici constituiu "exemplo de honestidade, coragem moral e audácia". "Sob seu comando, nós, os democratas brasileiros, derrotamos o oponente subversivo durante a Guerra Fria", afirmou.Castro, 64, disse ainda que na Força aprendeu a "cumprir todas as leis", entre elas a Lei da Anistia.No governo, há divergência: para os ministros Tarso Genro (Justiça) e Paulo Vannuchi (Direitos Humanos), a norma não preserva responsáveis por tortura durante a ditadura; o ministro Nelson Jobim (Defesa) discorda dos colegas.
LEPRA IDEOLÓGICA
O general também saudou militares por "patrulhar para que a lepra ideológica fosse mantida bem afastada dos currículos, salas de aula e locais de instrução". "Meus generais, perseverai no combate", discursou. "O inimigo é astuto e insidioso. Mas capitulará ante nós, como derrotado tem sido até agora.""Cuidado: ele procurará afirmar e convencer os inocentes e incautos de que o Exército de 2009 é diferente do Exército que os derrotou no passado. Pobres almas."Ao fim do evento, a Folha indagou o comandante da Força sobre a manifestação de Castro: "Ele encerrou o tempo dele na ativa em 31 de março, quando completou 12 anos como general", disse Enzo Peri. "Então, fez reminiscências do tempo como cadete. Há fatos históricos, cada um tem o direito de ter sua opinião."Em março, ao se despedir do Comando Militar do Leste (RJ, MG e ES) e da ativa, o general Luiz Cesário Filho também enalteceu o golpe de 64.
(Da Folha de São Paulo desta terça-feira)

Quando a vergonha acaba
Mauro Chaves
Quando um chefe de Estado e governo afirma que a cobrança ética da sociedade é uma hipocrisia, está explicado como acabou a vergonha geral da Nação. E quando acaba a vergonha nacional, toda indecência vira normal. Com a maior naturalidade, considera-se que o dinheiro público deva ser gasto para assegurar vantagens especiais em favor dos que têm por função cuidar da coisa pública. E com a maior naturalidade se desrespeitam direitos dos cidadãos comuns, enquanto facilidades e confortos são ofertados a cidadãos "especiais".
Quando a vergonha acaba, parlamentares recebem dinheiro público para custear passagens aéreas da cidade em que moram para a mesma cidade em que moram, ou para custear moradia, apesar de residirem em casa própria. Legisladores fazem seguros vitalícios de saúde, pagos com dinheiro público, mesmo para quando não tiverem mais mandatos a exercer, e mesmo que o sistema de saúde pública do País seja o de doentes espalhados pelos corredores dos hospitais por falta de leito, crianças morrendo em massa por falta de equipamentos, de medicamentos e de higiene nos hospitais, idosos morrendo nas filas de atendimento e tudo o mais que caracteriza o tipo de tratamento médico que o poder público brasileiro oferece à sua população.
Quando a vergonha acaba, um tribunal superior é capaz de enviar ofícios a companhias aéreas ou a autoridades aeroportuárias para solicitar tratamento especial - que inclui dispensa de alfândega, de revista de malas - em favor de passageiro(a) que tenha por atributo o simples fato de ser amigo(a) de filho(a) de magistrado de tribunal superior. E é só mesmo quando a vergonha geral acaba que um sério e competente magistrado de instância superior, que tem a mais nobre função pública de assegurar o belo princípio constitucional do "todos são iguais perante a lei", torna-se capaz de aceitar, talvez "docemente constrangido", um descabido privilégio em proveito de amizades de sua própria família.
Quando a vergonha acaba, lá em cima nos Poderes da República, a falta de vergonha se dissemina pela sociedade "abaixo", como uma virulenta pandemia, de rápido contágio e combate cada vez mais penoso e infrutífero. O desrespeito aos cidadãos, então, passa a ocorrer de forma generalizada, manifestando-se na decadência da qualidade dos serviços, no descaso geral do atendimento público, no desprezo aos direitos dos consumidores, na propaganda enganosa, na venda de produtos fraudados, na entrega de mercadorias com defeito e no completo descaso em relação ao treinamento dos que têm por função vender bens ou prestar serviço às pessoas. Ninguém liga para nada porque o descaso não acarreta consequência alguma. Assim, quando a vergonha acaba, revogam-se todos os controles de qualidade.
É só quando a vergonha acaba que a maior fabricante de bebidas do País, e uma das maiores do mundo, tem a coragem de fazer aqui o que jamais ousaria em qualquer nação civilizada: usar um grande ídolo esportivo, nosso e mundial, para "passar" à sociedade, especialmente à juventude, a ideia de que quem toma sua marca de cerveja é mais guerreiro, é mais perseverante no trabalho e na superação das dificuldades, sabe lutar melhor pela vida, "não desiste nunca" e imbecilidades assemelhadas. E, no mesmo sentido, também já fez perder a vergonha um bom sambista popular brasileiro, que levou ao ridículo de tentar dar seu nome a um dos dias da semana - para nele aumentar o consumo de sua cerveja.
É quando a vergonha acaba que a maior empresa de telefonia celular do País - que sempre se fez tão viva na comunicação - vende em suas lojas produtos maravilhosos que só mostram seu defeito quando o feliz freguês que o comprou chega em casa - a partir do que esse coitado terá de procurar uma inacessível "assistência técnica", passando a depender (por dias a fio) de quem nenhuma participação teve na relação de compra do cidadão com a loja, estabelecida na véspera.
E é quando a vergonha acaba que a maior rede de varejo do País, aquela que tanto alardeia sua "dedicação total a você", vende um produto eletrônico com defeito que só aparece, coincidentemente, passadas as poucas horas durante as quais faria a troca na loja - obrigando, igualmente, o cidadão comprador a relacionar-se com uma desconhecida "assistência técnica", às vezes no cafundó do Judas, sem tempo algum para a "dedicação total a você".
Quando a vergonha acaba, uma grande e centenária rede de drogarias, com serviço de entrega "em casa", faz venda por telefone de medicamentos que já acabaram em seu estoque - e cuja falta só "descobre" meia hora depois de efetuada a compra com cartão de crédito, obrigando o freguês ao estorno (sempre incerto) de valores já debitados em seu cartão e ao transtorno de sair atrás, às vezes em altas horas, de remédio que já julgava comprado - podendo essa droga de atendimento levá-lo às raias da loucura.
Quando a vergonha acaba, uma grande montadora francesa, com marcante qualidade na suspensão de seus veículos - sendo famoso seu velho teste da cesta de ovos conduzida em estrada ruim, sem quebrar -, depois de fazer propaganda galáctica de seus carros novos, em suas concessionárias não aceita como parte de pagamento veículos de sua marca (embora aceite marcas concorrentes), deixando o freguês que caiu no seu conto da fidélité apenas com a propriedade de um invendável ferro-velho, celebrando bodas com sua inútil sucata.Enfim, até pessoas e empresas que sempre foram corretas, quando a vergonha acaba "lá em cima", também perdem a vergonha "cá em baixo".
E nunca antes neste país houve tanta falta de vergonha como nos dias correntes.